quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

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Verde, uma das cores da nossa bandeira e também a cor da esperança para escrever na minha língua, na língua do meu coração.

Muitos dos nossos amigos falam inglês e francês, outros falam apenas uma dessas línguas e alguns só falam português. Mas seja como for, eu sei que não poderei escrever certas coisas se não as escrever na minha língua.

Não encontro os acentos, descobri a existência de blogs há muito pouco tempo mas estou contente por ter mais esta ferramenta de comunicação à nossa disposição para denunciar a historia incrível que estamos a viver.

Desde que perdemos a nossa casa em Junho de 2013, por causa das obras da Lixon, ao lado de nossa casa, a nossa vida mudou completamente.

Não vivemos num pais em guerra, não houve nenhuma catástrofe natural e contudo temos este estranho sentimento de sermos deslocados internos por razão nenhuma! Apenas porque para algumas pessoas o lucro se sobrepõe ao respeito, porque os interesses privados são mais fortes do que as entidades publicas que deveriam defender os interesses dos cidadãos.

Quanto tempo mais teremos que esperar antes de podermos voltar para casa?

O que é que se passa verdadeiramente no Square Marie-Louise em Bruxelas?

Como é que foi possível que um plano que implicava a invasão da nossa propriedade, sem nossa autorização, tenha sido aprovado?

Como é que é possível que  um estaleiro desta dimensão possa funcionar sem qualquer tipo de fiscalização mesmo quando as coisas dão para o torto?

Será possível que  depois de nos terem estragado a casa e a vida, estas pessoas consigam levar o seu maravilhoso plano avante?

Isto só em Portugal... Isto só aqui... Isto não poderia acontecer em mais lado nenhum...

Não?  Pois não. Acompanhem a nossa historia inacreditável e fiquem a conhecer a capital da Europa no seu melhor!

Se não fosse a idoneidade, a seriedade e o profissionalismo do Professor Alexandre Pinto do Instituto Superior Técnico, não sabemos o que é que poderia ter acontecido à nossa casa nem o que nos poderia ter acontecido a nos próprios.

Se não fosse este terceiro advogado, digno desse nome, já teríamos sido comidos com batatinhas!

Isto não aconteceu só uma vez, nem duas, nem três. E um esquema  bem rodado em que a estratégia de defesa da Lixon consiste em procurar transformar as vitimas em culpados, em fazê-las perder o seu tempo e dinheiro fazendo de conta que estão interessados nesta ou naquela pseudo solução apenas para as esgotar.

Muito estranho o comportamento de todos aqueles que pensam que por terem as costas largas, os seus interesses se podem sobrepor à lei.

E extraodinario que depois de nos terem estragado a casa e a vida, nos processem por  abuso de direito. De que direito? O Direito de vivermos tranquilamente em nossa casa ou o direito de eles pensarem que poderiam continuar impunemente a violar o código civil belga, a pretexto de a única forma  de poderem consolidar a casa dos vizinhos ser ganhando dezenas de metros quadrados à custa deles?

Às vezes temos que nos beliscar para nos certificarmos que estamos acordados e que isto nos esta de facto a acontecer...

O carro ainda nos leva para à frente de nossa casa. Sem querer, damos por nos a enganar-nos e a ir para casa.

Temos que la ir todos os dias para controlar que a Lixon não tenta  recomeçar clandestinamente as obras outra vez, para dar de comer aos peixes porque não temos espaço, no apartamento para o aquário e sobretudo para constatar que, mesmo com as obras paradas, a casa continua a mexer.

Quem e que se vai responsabilizar por isto? Quem e que nos vai indemnizar por todo este tempo perdido? Pelos problemas de saúde? Pelas noites sem dormir? Pela confusão que tudo isto gerou na nossa vida e nas vidas das nossas filhas? Pela preocupação e angustia das nossas mães viúvas de quase 80 anos? Haverá alguma indemnização que  nos traga a nossa vida de antes de volta?

Um coisa é certa. Quem se move apenas por interesse(s) e sem qualquer respeito pelo seu semelhante infelizmente não sabe, nem pode imaginar, a força que advém dos princípios e dos valores graças aos quais já foi possível mover tantas montanhas e reparar tantas injustiças.

As pessoas corajosas vivem se calhar menos mas pelo menos vivem a sério, não passam apenas por esta vida sempre a olharem para o seu próprio umbigo e a defenderem os seus interesses mesquinhos.



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